Psicólogos de Federações de futebol de
Norte a Sul do país desenvolveram várias atividades apresentadas no IV
Encontro Brasileiro dos Psicólogos da Arbitragem de Futebol (EBRAPAF)
realizado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O evento
objetiva traçar diretrizes para padronizar a atuação dos profissionais
da psicologia junto aos árbitros, respeitando suas individualidades.
Para isso, o trabalho realizado conta com o auxílio de ferramentas e
profissionais da área, todos focados no avanço e desenvolvimento do
plano psicológico da arbitragem em nível nacional.
A programação do encontro conta com
palestras relacionadas principalmente ao fortalecimento do pilar mental.
Diante do momento, a representante e psicóloga da CBF, Marta Magalhães,
explica a importância do intercâmbio de informações entre os estados e
exalta a realização do evento. Além disso, exemplifica o valor do
equilíbrio emocional dos árbitros em momentos decisivos.
– Hoje temos 15 federações trabalhando.
Nosso encontro tem por objetivo padronizar algumas ações. Ações para
sala de aula, ações para campo de jogo e também a grade curricular para
formação do árbitro. Dentre isso, estamos criando outras ferramentas
tecnológicas e neurocientíficas para poder desenvolver em 2017 e 2018. O
homem quando está com o bem-estar em ordem, o seu equilíbrio é maior.
Com o equilíbrio maior, ele tem maior controle da partida. Assim, as
decisões são mais assertivas – avalia Marta Magalhães.
Para a coordenadora nacional de
instruções da Escola Nacional de Arbitragem do Futebol da CBF, Ana Paula
de Oliveira, a troca de conhecimento agrega ao trabalho em geral e
ressalta a relevância do evento. Sobre métodos aplicados à arbitragem,
Ana Paula destaca a estratégia de mentalização.
– Trocar informação faz toda diferença e
tem que ser realizado sempre, todo ano, porque sempre tem novidade. Uma
técnica que eles trabalham muito é a da mentalização de situações. Isso
vai para o campo de jogo, então o árbitro que tem esse acompanhamento e
sabe fazer isso com eficiência, com certeza vai ser eficaz no jogo. A
psicologia e o técnico, juntamente com o físico, precisam caminhar lado a
lado – afirma Ana Paula.
PERFIL DOS ÁRBITROS + ATUAÇÃO NACIONAL
No caso de Carina Bruch, psicóloga do
esporte em Rondônia, a meta é coletar referências para então alcançar
atuação homogênea da arbitragem em todos os estados brasileiros:
– Estamos traçando um perfil dos
árbitros do estado de Rondônia, principalmente. O encontro traz para
mim, de forma bem clara, um feedback de todos os outros estados. São
diretrizes padronizadas, para que a gente possa levar esse processo de
volta. Estou muito feliz por estar participando e tem sido de grande
valia o aprendizado – revela Carina que foi indicada pela Federação de
Futebol do Estado de Rondônia (FFER).
NEUROCIÊNCIA + PSICOLOGIA
Para George Klinger, as informações
fisiológicas obtidas por meio da neurociência podem contribuir às
questões psicológicas quando associadas.
– A gente tenta através de aspectos
biológicos fazer relação com aspectos comportamentais, e
consequentemente, dar um pouco mais de objetividade a nossa ciência
psicológica. A área de conhecimento da neurociência aliada à psicologia
pode nos fornecer estratégias que auxiliam o árbitro no campo de jogo –
explica George.
QUESTÕES ACADÊMICAS + PSICOLOGIA NA ARBITRAGEM
Defensora da psicologia aos árbitros em
seu mestrado, a psicóloga Alessandra Monteiro acredita na evolução do
trabalho a partir do compartilhamento de resultados. Não bastasse a
troca entre os estados, Alessandra vai a Sevilla, na Espanha, falar
sobre sua tese nos próximos meses. Para ela, a coletividade nas ações é a
chave para o desenvolvimento.
– Trazemos o que é feito em cada
federação e dividimos com todos. O trabalho em equipe é maravilhoso no
momento em que agrega, então eu trago da minha colega o que foi bom lá,
ela pega o que foi melhor na minha, e aí a gente faz um trabalho melhor –
aponta Alessandra Monteiro, psicóloga da Federação Mineira de Futebol.
Autor: CBF
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